Introdução
Contos Fantásticos não é um livro ordinário, aliás, longe disso. Essa coletânea de contos, intensos e nada superficiais, mergulha o leitor em paixões frenéticas, mortes, traições, renúncias extremas, vinganças, crimes e, sobretudo, no amor em diferentes formas. Em vários contos, por exemplo, se destaca o amor pela arte, o triunfo do artista; contos como A ogiva sombria, que trata da Catedral de Colônia, ou O relógio de Estrasburgo trazem esse louvor, a paixão pela arte, a adoração.
Segundo o próprio autor, no Prefácio desta segunda edição, o que salva o livro é uma pequena coisa, que é tudo — a paixão.
Há clara inspiração e influência literária de Hoffman e de Edgar Allan Poe, e muito de filosofia. Como diz Vitor Henrique no Posfácio desta edição: “Definitivamente, Contos Fantásticos não é um livro corriqueiro, de contos unicamente narrativos, mas imersões filosóficas em digressões dos personagens, podendo-se quebrar a imersão no cenário em alguns momentos e ocasionar uma pausa na leitura para se integrar ao pensamento do narrador (…) É um livro com a sua particular riqueza e uma maneira diferente de escrita, podendo-se chamar de ficção filosófica.”
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Sinopse:
Contos fantásticos é, antes de mais nada, uma das primeiras incursões feitas por um consagrado escritor português no universo da literatura fantástico-gótico, muito pouco comum em Portugal na época. Esta coletânea de contos — repletos de paixões frenéticas, conducentes a suicídios, mortes, traições e tanto mais —, mergulha no sofrimento pelo amor, não apenas no sentido literal, do amor como tema explícito, também, pelo viés alegórico, como o amor pela vida ou pela filosofia. Também publicados no Jornal do Comércio e na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, estes ditos contos góticos de Theophilo Braga, refletem no autor uma direta influência de literaturas de Hoffman e de Edgar Allan Poe, tal como seu conhecimento da filosofia esotérica de Swedenborg. Estes contos trouxeram muitos aspectos inovadores, pela introdução de elementos como o estranho, o misterioso, o sinistro e o macabro.
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O autor
Joaquim Teófilo Fernandes Braga (Ponta Delgada, 24 de Fevereiro de 1843 – Santa Isabel, Lisboa, 28 de Janeiro de 1924), que assinava Theophilo Braga, foi um poeta, filólogo, sociólogo, político, filósofo e ensaísta português. Da sua carreira literária contam-se obras de história literária, etnografia, poesia, ficção e filosofia, excedendo os 360 títulos, não contando com os artigos dispersos pela imprensa da época, tendo sido ele o introdutor do Positivismo em Portugal. Depois de ter presidido ao Governo Provisório da República Portuguesa, a sua carreira política terminou após exercer fugazmente o cargo de Presidente da República, em substituição de Manuel de Arriaga, entre 29 de Maio e 5 de Outubro de 1915.
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Dados técnicos:
Loja/livraria virtual da Delirium editora. A Delirium — voltada para a busca de histórias e textos criativos, indo do lirismo à loucura, passando pelo lúdico, sempre com ousadia — é uma microeditora carioca, que vem crescendo. Temos no nosso catálogo e no planejamento o intuito de publicar livros ousados e criativos, com temas importantes, sempre com um jeito imaginativo de criar histórias.