Introdução
Uma vítima é um drama familiar centrado na história trágica de uma jovem meiga, virtuosa, levada a um ato de sacrífico e resignação, o qual arruina totalmente o seu futuro; e tudo para salvar o pai.
Lúcia, a jovem protagonista, é filha única e muito querida do pai. A relação de ambos é recheada de admiração mútua, amor, carinho; uma relação quase incestuosa, refletindo a obsessão e o fascínio por esse tipo de relacionamento nos enredos do Romantismo — o leitor atual pode desaprovar a relação de pai e filha.
Desde o princípio, Melania, digamos a antagonista, mãe da menina, demonstra pouco amor pela filha; e logo ambas se tornarão rivais, ou melhor, não rivais por parte da filha, mas sim pela segunda. Essa relação conflituosa envolverá Rodolfo e, a posteriori, o marido/pai, o deputado elogiado e político respeitado, abolicionista e gentil Caetano. Caetano ama desesperadamente a mulher e lhe é submisso, também atende a todos os desejos da filha; um gigante entre os rivais da política, quase uma marionete nas mãos da esposa.
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Sinopse:
Uma vítima traz uma história trágica, daquelas bem em moda no século XIX. Lúcia descobre que sua mãe não é apenas uma mulher fria, indiferente à filha única, frívola, invejosa e plena de revoltante egoísmo; mas também capaz de outros tantos pecados. Ao ver a mãe e Rodolfo juntos em um ato incompatível a ambos, a jovem, muito amada pelo pai e invejada pela mãe, toma uma decisão relâmpago e, com isso, destroi totalmente o seu próprio futuro. Escrito por Délia, extremamente talentosa, alegre e irônica escritora praticamente esquecida na atualidade, este romance merece voltar a ser lido, como foi no passado pelo leitores da seção Folhetim da Gazeta da Tarde.
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A autora
Maria Benedita Câmara Bormann (1853 — 1895), conhecida pelo pseudônimo Délia, foi uma cronista, romancista, contista e jornalista brasileira. Extremamente talentosa, alegre e irônica, publicou nos principais veículos informativos do Rio de Janeiro, entre 1880 e 1895, entre eles O Sorriso e O Cruzeiro. Délia foi a única mulher a colaborar com a seção Folhetim da Gazeta da Tarde, publicando mais de vinte histórias. Colaborou na mesma coluna no jornal O País, alternando com escritores renomados. Escreveu em estilo refinado e elegante e, para os críticos, foi chocante e erótica.
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Dados técnicos:
Loja/livraria virtual da Delirium editora. A Delirium — voltada para a busca de histórias e textos criativos, indo do lirismo à loucura, passando pelo lúdico, sempre com ousadia — é uma microeditora carioca, que vem crescendo. Temos no nosso catálogo e no planejamento o intuito de publicar livros ousados e criativos, com temas importantes, sempre com um jeito imaginativo de criar histórias.